Quando Jesus disse que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que
entrar um rico no Reino dos Céus (Lucas, 18:25), Ele não condenou as riquezas, mas
mostrou que ela deve ser bem aplicada.
A riqueza e a miséria são duas provas difíceis, sendo que a riqueza, pelas atrações, pelas
tentações e pela fascinação que causa, é uma prova mais arriscada e mais perigosa.
Quando bem-aplicada, a riqueza produz bem-estar social, conforto, saúde, alegria.
Quando mal aplicada, gera a fome, a desolação, o desespero, a aflição e uma série de
outros males.
O lado negativo da pobreza é aquele em que, inconformada com a situação em que vive, a
pessoa, querendo ter mais do que tem, parte para o roubo e outros expedientes, que a
levam a resultados contrários aos que ela espera.
O ensinamento de Jesus sobre a riqueza foi transmitido depois que o moço rico lhe
perguntou o que deveria fazer para herdar a vida eterna.
Quando Jesus explicou que o moço deveria cumprir os mandamentos, ele disse que já os
cumpria e frequentava a sinagoga.
Jesus, então, disse que lhe faltava uma coisa: que o moço vendesse tudo o que tinha e
distribuísse com os pobres e, assim, teria um tesouro no céu.
E que depois viesse, e O seguisse.
O moço abaixou a cabeça e saiu, contrariado.
A fortuna do moço proporcionava-lhe bem-estar e gozos terrenos, ao passo que servir o
Cristo, naquela circunstância, acarretava encargos, responsabilidades, privações e ele
poderia, inclusive, ser levado à morte, como aconteceu com a maioria de Seus discípulos.
O moço cumpria os mandamentos, frequentava a sinagoga, mas a sua fortuna material o
impedia à prática mais importante: a caridade.
Jesus abordou o assunto em outras oportunidades:
Quando, ao hospedar-se na casa de Zaqueu, o publicano (Lucas, 19:1-10), que se
prontificou a distribuir aos pobres a metade de sua fortuna e restituir quatro vezes mais
àqueles que porventura tivesse prejudicado, disse o Mestre: “Zaqueu, hoje entrou a
salvação em tua casa”.
Quando contou a Parábola do Rico e Lázaro, ou o Rico e o Pobre (Lucas, 16:19-31), os
quais, no mundo espiritual, tiveram suas situações invertidas:
O Rico gozou no mundo e sofreu no Espaço;
O Lázaro sofreu no mundo e gozou no Espaço.
Quando contou a Parábola do Rico Insensato, ou do Rico Avarento (Lucas, 12:15-21), que
abarrotou os seus armazéns de alimentos para descansar por toda a vida, mas que nessa
mesma noite retornou ao mundo espiritual, onde viu que lá, somente os bens espirituais têm
relevância.
O homem só possui em plena propriedade aquilo que pode levar deste mundo.
Do que encontra ao chegar e deixa ao partir, goza ele enquanto permanece na Terra.
Ao partir, só tem o usufruto, e não a posse real. Então, o que ele possui?
Nada do que se destina ao corpo, e tudo o que se destina ao uso da alma: a inteligência, os
conhecimentos, as qualidades morais.
Altamirando Carneiro – A verdadeira riqueza - O Consolador – Nº 212 – 05/06/2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário