Recordemos o Olhar Compreensivo e Amoroso de Jesus, a fim de esquecermos a viciosa
preocupação com o argueiro que, por vezes, aparece no campo visual dos nossos irmãos
de experiência.
O Mestre Divino jamais se deteve na faixa escura dos companheiros de caminhada
humana.
Em Bartimeu, o cego de Jericó, não encontra o homem inutilizado pelas trevas, mas sim o
amigo que poderia tornar a ver, restituindo-lhe, desse modo, a visão que passa, de novo, a enriquecer lhe a existência.
Em Maria de Magdala, não enxerga a mulher possuída pelos gênios da sombra, mas sim a
irmã sofredora e, por esse motivo, restaura-lhe a dignidade própria, nela plasmando a
beleza espiritual renovada que lhe transmitiria, mais tarde, a mensagem divina da
ressurreição.
Em Zaqueu, não identifica o expoente da usura ou da apropriação indébita, e sim o
missionário do progresso enganado pelos desvarios da posse e, por essa razão, devolve-lhe o raciocínio à administração sábia e justa.
Em Simão Pedro, no dia da negação, não se refere ao cooperador enfraquecido, mas sim
ao aprendiz invigilante, a exigir-lhe compreensão e carinho, e por isso transforma-o, com o
tempo, no baluarte seguro do Evangelho nascente, operoso e fiel até o martírio e a
crucificação.
Em Judas, não surpreende o discípulo ingrato, mas sim o colaborador traído pela própria
ilusão e, embora sabendo-o fascinado pelas honrarias terrestres, sacrifica-se, até o fim,
aceitando a flagelação e a morte para doar-lhe o amor e o perdão que se estenderiam pelos
séculos, soerguendo os vencidos e amparando a justiça das nações.
Busquemos algo do Olhar de Jesus para nossos olhos e a crítica será definitivamente
banida do mundo de nossas consciências, porque então teremos atingido o grande
entendimento que nos fará discernir em cada companheiro do caminho, ainda mesmo
quando nos mais inquietantes espinheiros do mal, um Irmão Nosso, necessitado, antes de
tudo, de nosso auxílio e de nossa compaixão.
Elucidações de Emmanuel – O olhar de Jesus - O Consolador – Nº 395 – 04/01/2015
Emmanuel - Livro: Viajor, (Chico Xavier)
Nenhum comentário:
Postar um comentário