“Zaqueu, desça depressa, porque hoje devo ficar em sua casa.
Ele desceu rapidamente e o acolheu com alegria.” (Lucas, 19:5.)
Jesus, passando por Jericó, uma das mais antigas cidades do mundo, situada na
Palestina, tinha à sua disposição inúmeras casas para se hospedar, mas ao observar
Zaqueu, o cobrador de impostos da localidade e tido como homem de má vida, pelo seu
enriquecimento ilícito, que o observava de cima de uma árvore, decidiu por ficar em sua
casa.
Naquela oportunidade, o Mestre, dentro da sua inquestionável e reconhecida
sabedoria, aproveitou o momento que se fez oportuno, pois que não perdia uma única
chance de apresentar belas e expressivas lições à humanidade, para legar a todos nós
mais um notável exemplo de compreensão e fraternidade.
Não só entrou na casa física de Zaqueu, para breve repouso, mas principalmente
penetrou a casa mental do publicano, que após a decisão de Jesus, apresentou espontânea
e significativa transformação ao afirmar, mesmo sob os protestos da multidão que não
compreendeu o gesto do Cristo: “Senhor, dou aos pobres metade dos meus bens, e, se
defraudei alguém em algum coisa, vou restituir o quádruplo”.
O que Jesus pretendia com a sua decisão era exatamente isso, que Zaqueu
direcionasse sua vida para outro rumo; o da dignidade, honestidade e honradez, pois que
não cansava de dizer que “não necessitam de médicos os sãos, mas sim os doentes”
(Mateus IX, 12).
Todos nós voltamos à Terra em sucessivas reencarnações, trazendo sempre na
bagagem dos nossos ideais a imensa vontade de crescer rumo à perfeição a que estamos
destinados. A condição inferior que ainda ostentamos impede que cheguemos à paz e à
felicidade; consequentemente nos remete a uma posição de aflições e sofrimentos. Só será
possível o crescimento espiritual se deliberamos nas mesmas condições de Zaqueu,
criando mecanismos interiores, para que Jesus também possa se hospedar em nossa casa
mental.
Hoje, não somos melhores do que foi Zaqueu ontem. Temos uma imensa gama de
defeitos que precisam ser reparados e uma quantidade enorme de virtudes para serem
adquiridas. Os recursos da Providência Divina estão sempre à disposição, mas para que
permaneçam em nossas vidas necessitam de campo fértil, em nosso âmago, isto é,
precisamos querer.
Zaqueu subiu em uma árvore para ver Jesus, simbolizando que precisamos subir
nossa força de vontade para vislumbrar o Cristo e depois desceu rapidamente, atendendo
alegremente ao seu chamado, e de nossa parte temos urgente necessidade de descermos
do orgulho, da vaidade, do egoísmo, da inveja, da preguiça e de muito mais, defeitos que
têm nos causado grandes prejuízos e feito correr rios de lágrimas.
Depois disso, imprescindível se torna que cuidemos muito bem das conquistas
espirituais, pois que as materiais, embora importantes quando dentro do equilíbrio, são
efêmeras, passageiras e não seguirão definitivamente conosco.
Poderemos observar, fazendo uma análise da nossa vida, quanto nos preocupamos
mais com aquilo que é material, ilusório, fantasioso e descartável, em detrimento dos
valores espirituais, aglutinadores de conquistas que nos farão realmente felizes.
Tomemos Zaqueu como exemplo e busquemos urgentemente por Jesus, não apenas
na aparência ou em atos exteriores, mas o hospedemos em nosso coração para que ele
possa modificar, de vez, a nossa vida.
Reflitamos...
Waldenir Aparecido Cuin – O exemplo dado por Jesus
- O Consolador – Nº 242 – 08/01/2012
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